A NOSSA GALÁXIA

Na página “ciência” do “Diário de Notícias” de hoje, li que, recentemente, “Astrónomos fizeram recenseamento planetário da Via Láctea”. Publicado na revista “Science” com declarações do astrónomo Geoff Marcy da Universidade da Califórnia.

“Os dados recolhidos dizem-nos que a nossa galáxia, que contém cerca de 200 mil milhões de estrelas, tem, ao menos, 46 mil milhões de planetas do mesmo tamanho da Terra, sem contar aqueles cuja órbita é mais afastada do seu astro, mas ainda se encontram na zona habitável”. Disse o astrónomo. O trabalho foi efetuado no Hawai, utilizando potentes telescópios, e durou cinco anos. Observaram 166 estrelas situadas num raio de 80 anos-luz da Terra. Um ano-luz equivale a 9469 mil milhões de quilómetros.


Era bom que, de quando em vez, nos lembrássemos quanto somos pequenos. O nosso planeta não é mais do que um grão de areia numa praia. Para sentirmos bem a nossa pequenez, tenhamos presente esta realidade resumida:


O Sol é uma estrela da Galáxia Via Láctea.


A Via Láctea tem cerca de 200 mil milhões de estrelas (idênticas ao Sol), que por sua vez têm 46 mil milhões de Planetas como a Terra.


Cada Grupo de Galáxias tem 50 e, existem muitos milhões de grupos.


Cada Aglomerado tem centenas de Grupos com muitos milhares de Galáxias.


Várias centenas de Aglomerados formam os Superaglomerados com milhões de Galáxias.


Supõe-se que o número de Superaglomerados no Universo ande pelos 10 milhões.


Grande parte dos Superaglomerados, têm milhões de anos-luz de diâmetro.


Um ano-luz equivale a 9469 mil milhões de quilómetros.


Quando nos perdemos na mesquinhice do nosso dia-a-dia, e se vota ou não vota Orçamento… estamos realmente muito longe daquilo que verdadeiramente valemos como parte deste Universo.


SBF


(Dias: Diário de Notícias) (Gravura e outras dicas: Wikipédia)

“ACORDO DE PAPEL”

O espetáculo, levado hoje à cena por atores do pior que eu já vi, num palco montado num corredor da Assembleia da República, foi deprimente!

Grande esforço para colar Cavaco Silva ao “acordo de papel” Governo-PSD! Mas, como os atores são péssimos, acabaram por se denunciar. O representante do PSD, afirmou insistentemente que o acordo foi fechado às 23h19 e até mostrou a fotografia do momento da assinatura, com a hora gravada, no telemóvel. O ridículo por vezes é um exercício difícil, mas, aqui, até pareceu fácil de mais.

Ontem, durante o serão, depois de ter sido noticiado pelas televisões, que tinham chegado a acordo, “personalidades de insuspeita grandeza de carácter”, provocaram algum “roído” negando que já houvesse acordo.

Todos gostamos de diversão, mas este espetáculo tem custado muitos milhões ao País nestas últimas semanas, e, pelo desprezo que eles demonstram ter pelos cidadãos, a trama vai continuar.
(Foto: O Público Online)

CONSELHO DE ESTADO

O conteúdo da declaração do Presidente da República, no final do Conselho de Estado desta Sexta-Feira, foi completamente extemporâneo, depois de ser público o acordo entre o PSD e Governo sobre o Orçamento.

Cavaco Silva veio, mais uma vez, dizer que: Fez, alertou, contactou, diligenciou, foi o salvador da Pátria, travou o tsumani que aí vinha, etc., etc.

Parece-me que, tanto o PSD como o Governo, nunca alinharam as suas agendas de acordo com o que disse ou fez, Cavaco Silva. Para eles só tem contado o interesse partidário. Com isto, não estou a dizer que o Presidente esteve sempre errado, só que os outros não lhe têm ligado nenhuma. A maior prova disto, foi terem conseguido esvaziar completamente o interesse do Conselho de Estado, já que, enquanto a reunião decorria, noutro local, Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga, chegavam a acordo.

Cavaco Silva teve um mau dia de pré-campanha!
(Foto: Expresso)

SONDAGENS E BARÓMETROS

Este dia chegou cinzento com muita chuva vento e trovoada, sintonizando-se com o “estado de espírito” imposto aos portugueses.

Ontem e hoje, estão a mostra-nos resultados de (CLICAR) sondagens ou barómetros, que refletem as intenções de voto nos partidos, se as eleições fossem agora.

Ao contrário do que alguns já querem fazer crer, o trabalho de campo do que agora nos é apresentado, foi feito antes da interrupção das negociações do Orçamento, entre PSD e Governo. A penalização do PS e de Sócrates confirma a tendência para fim de ciclo. Só admira que tenha levado tanto tempo, considerando a turbulência dos mercados e a implementação de algumas medidas de “corte” a meio do ano.

Esta queda do PS, tem diretamente a ver com o anúncio das últimas medidas de austeridade e do Orçamento para 2011, e, de forma muito “colada”, à redução dos vencimentos de parte dos funcionários públicos. Para além de “tocar” no bolso – embora só a quem ganha mais de 1.500,00 euros – de muita gente, funciona muito como fator psicológico. Até esta altura, os portugueses ainda acreditavam que o Governo conseguisse dar a “volta” à crise sem aplicar medidas mais drásticas.

Nesta conformidade, e com a ausência de algumas explicações em tempo, sobre os problemas da execução orçamental de 2010, em que a oposição se empenhou a fundo na correspondente denúncia, alguma confiança, que ainda existia no Governo, foi definitivamente minada, e o efeito aí está.

E em relação à subida do PSD? Depois dos sucessivos erros táticos, da demarcação de antigos apoiantes do PPC e de clara oposição de figuras com importância incontornável no partido, relativamente à sua estratégica sobre o Orçamento de 2011, das fortes pressões de todos os quadrantes da sociedade e de algumas estâncias internacionais sobre a necessidade da viabilização do Orçamento. Depois de tudo isto, como se deve ler os 40, 41, 42 ou 43% nas intenções de voto?

Não é certamente por mérito do PSD! Porque se a atitude de PPC tem sido menos calculista, mais consistente na defesa dos interesses nacionais, contrapondo ao egoísmo instalado no PS, o PSD hoje aparecia com 50% ou mais, em vez dos 40%.

A descida do PS é uma inevitabilidade mas, o povo português, não está a premiar o PSD na mesma proporção.

Ainda assim, estes números que o PSD atinge, vão na direção do poder. Parece-me não existirem dúvidas – se o PSD deixar passar o Orçamentolá para o Verão do próximo ano, teremos um Governo PSD-CDS com Pedro Passos Coelho a Primeiro-Ministro.
(Gravura e Link: DN Online)

“MALDITO” ORÇAMENTO!

Os nossos políticos deviam pagar de um imposto, de cada vez que prejudicassem o Estado português. No dia de ontem, somava uma fortuna.

Cinco minutos depois de terem dado como falhadas as negociações entre o Governo e o PSD sobre o OE, os juros e seguros sobre a dívida soberana subiram a pique e, na bolsa de valores, a reação foi idêntica mas ao contrário.

Em poucos minutos, o Estado Português O Zé Povinho – viu a dívida aumentar em muitos milhões de euros, e uma instituição do Estado, a Bolsa, perdeu muitos milhões de euros. Ao mesmo tempo, todos os Bancos e muitas empresas, passaram a pagar muito mais pelos empréstimos contraídos.

Pelos vistos, a incerteza sobre o resultado da votação do “maldito” OE, vai durar mais quase uma semana, e nós, pelo menos os que conseguirem ainda ouvir as notícias, continuaremos ansiosos, para vermos até que ponto estes políticos de merd… vão levar a deles avante.

Tudo é feito e dito à medida dos seus interesses partidários. O “calculismo” é a única ferramenta que eles usam. Só lhes interessa garantir o melhor caminho para permanecerem ou para chegarem ao “poleiro”.

Os partidos existentes precisam de ser reciclados. Em vez da “corja” que deles tomou conta, os portugueses merecem ser representados por democratas progressistas, responsáveis, honestos e competentes.

Não acredito que, pelo menos os partidos do chamado “arco do poder”, não venham a ser penalizados pelos eleitores, da próxima vez que haja eleições.

O Zé Povinho continua a sofrer!
(Foto e Gravura do Zé Povinho: Net)

CAVACO SILVA – CANDIDATO


Quando se fala de culpas no “cartório” sobre a situação que o nosso País hoje vive, é bom não esquecer que Cavaco Silva foi Primeiro-Ministro durante dez anos seguidos.

O que o Professor é hoje, não apaga os erros do passado nem dá brilho aos êxitos da época.

Os discursos bem escritos e bem lidos são massa doutras “migas”. Não resolvem problema nenhum e, algumas vezes, só complicam.

Ex: Processo “Autonomia dos Açores” e alegadas “escutas em Belém”.
(Gravura: Wikipédia)

MÁRIO SOARES E A UNIÃO EUROPEIA

Triste União Europeia, é o título da crónica semanal de Mário Soares no Diário de Notícias e publicada nesta Terça-feira.

Começa a ser o entendimento de muitos, em tempo entusiastas da construção europeia, que a UE entrou numa fase decadente e que a derrocada pode – se não inverter rapidamente a atual trajetória – não estar longe. Mário Soares é uma dessas personalidades.

O antigo Presidente da República, no seu artigo, chama a atenção para um fato importante e que tem passado um bocado ao lado da comunicação social portuguesa. Os dois “cavaleiros-andantes”, Sarkozy e Merckel, estiveram, há uns dias, reunidos em cimeira com o Presidente Russo. Mário Soares tem dúvidas, e eu também, que os assuntos tratados a três, não tivessem também a ver com a UE mas… o que importa referir é a forma despudorada como os dois, depois de estarem juntos, falaram sobre a necessidade de revisão do Tratado de Lisboa.

Claro que as alterações que pretendem vão sempre no mesmo sentido: Reforçar a tendência e, se possível, institucionalizar o diretório Franco-Alemão e os restantes membros passarem à condição de súbditos.

Não há dúvida que Portugal tem de arrepiar caminho para, em vez de perder, ganhar soberania entretanto perdida.

Esse arrepio tem de ser pela recuperação económica. Temos um deserto para ultrapassar em 2011 e 2012 mas, em 2013, temos que estar a capitalizar a nossa vantagem nas energias renováveis, investigação e produção na área das novas tecnologias, virarmo-nos na direção do Mar e apostar forte na Lusofonia.

A União Europeia, para além de triste, está com um futuro cada vez mais duvidoso.

Mário Soares desta vez e neste caso, tem razão!
(Foto: Net)

LISBOA = AL-USHBUNA, EM 1147



“…D. João Peculiar começou a preparar o sermão decisivo. Consciente do que os esperava a todos, achou que devia aos guerreiros, aos portugueses, aos cristãos de Lisboa, aos inimigos muçulmanos, ao mundo e talvez ao próprio Deus, uma explicação prévia. …continua a ecoar o sermão do arcebispo de Braga… “ (1)

Foram 10 dias de combate intenso e, “…quando a Porta do Mar se abriu, a 25 de Outubro, o arcebispo de Braga, D. João Peculiar, entrou à frente, com a bandeira da Cruz de Cristo. Seguiram-no o bispo do Porto, com o rei e Sahério de Archelles. Mas já centenas de soldados se tinham introduzido na cidade pela brecha da muralha….” (1)

Neste dia 25 de Outubro de 1147, depois de uma longa batalha, em que se envolveram, a pedido do nosso Rei, cruzados de passagem pela costa portuguesa em 164 barcos a caminho da Terra Santa e originários da Flandres, Inglaterra, Normandia e Alemanha (também designados colonienses de Colónia), D. Afonso Henriques, consegue finalmente conquistar al-Ushbuna (nome árabe da cidade) aos Mouros.

O preço, em vidas humanas, foi muito alto. Os mortos e estropiados de um lado e do outro foram muitos. No final, os Mouros foram derrotados e a cidade passou a fazer parte de Portugal cristão. O herói mais conhecido da batalha de Lisboa é Martim Moniz. Diz a lenda que Martim ter-se-á deixado entalar numa das portas da cidade, deixando-a aberta com seu corpo e, permitindo assim, que as forças portuguesas entrassem muralhas a dentro.

D. Afonso Henriques toma posse oficial da cidade a 1 de Novembro seguinte e, em 1179, é dado foral a Lisboa, ao mesmo tempo que vai retomando o dinamismo que já tivera quando era al-Ushbuna. O r
io Tejo e o seu porto seguro, iria transformar-se num importante entreposto comercial a meio caminho da rota Mediterrâneo – norte da Europa. Pela sua posição estratégica, foi promovida a capital do reino em 1255 e assim se manteve até ao final da monarquia, e depois, da mesma forma, continuou capital da república.

A circunstância leva a que, tudo de bom e de mau que tenha acontecido em Portugal, por Lisboa tenha passado. Foram as epidemias cíclicas que dizimaram milhares de lisboetas ao longo dos séculos. Os terramotos, que foram muitos e grandes, embora só nos lembremos do de 1755 por ser o mais recente e um dos mais devastadores. O domínio de Castela durante 60 anos (1580-1640), a presença das tropas napoleónicas na época das invasões francesas (1807-1813), mas também a glória da época dos descobrimentos. Foi, conforme reza a história, a fase mais rica e esplendorosa da capital do reino.

Hoje, Lisboa é uma grande metrópole da Europa. Cidade moderna que não fica nada atrás da grande maioria das grandes cidades do mundo. Com os seus problemas, como o todo do País, mas, tem tudo para nos orgulharmos da nossa capital.

(Fotos: Wikipédia e Net – (1) Trechos do livro de Paulo Moura “1147 – Tesouro de Lisboa” da Esfera dos Livros)

EIXO FRANCO/ALEMÃO

Sarkosy e Merckel, continuam a querer impor aos restantes membros da UE a efetivação de um diretório Franco/Alemão.

Pelos vistos, conseguiram pôr em cima da mesa, para discussão na cimeira desta semana, a sua proposta (dos dois) que prevê sanções políticas, aos membros que não cumpram as condições impostas para os PEC’s, designadamente, os limites de deficit.

Uma parte considerável dos outros Países membros, como Portugal, embora aceitem a inclusão de novas penalizações financeiras para estes casos, não votarão favoravelmente qualquer possibilidade de redução de soberania, como seria, por exemplo, a retirada de capacidade de voto.

Considero acertada a posição de Portugal, de não aceitar a proposta do eixo Franco/Alemão. Hoje, na reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros no Luxemburgo, Luís Amado defendeu essa NEGA conjuntamente com outros.

Já é tempo de fazerem frente a estes dois maiores responsáveis, pela situação decadente em que a Europa de encontra.
(Foto: Google)

“BOYS” V/S “RENDA DE CASA”

Soube-se, há dias, que um dos pilares do nosso regime democrático, está a precisar de ser reabilitado a nível da resistência de vigamentos e da consistência da massa cinzenta.

Constata-se a perigosidade desta debilidade, levando a que, para se contornar a fraqueza, os profissionais da área tenham optado por arregimentar “BOYS” de algumas instituições, ficando à mercê de retaliações dos “Mestres-de-Obras”!

Eu, como a generalidade dos portugueses, ouvi, de boca literalmente aberta, a explicação técnica do funcionário superior, das razões da reação do “Mestre”, no que respeita à caridosa ajuda na renda de casa.

Até há algum tempo, eu acreditava em tudo e mais alguma coisa. Não duvidava, duma forma geral, das boas intenções da coisa pública, dos governantes, dos advogados, dos notários, das conservatórias, das polícias e principalmente dos tribunais e seus titulares.

Não sei se foram as coisas que mudaram ou se fui eu, mas, depois de (CLICAR) ver e ouvir, um representante sindical falar dos ditos “BOYS” V/S “RENDA DE CASA”….

Presunção e água benta, cada um toma a que quer.
(Link: DN Online)

D. FERNANDO I DE PORTUGAL

A 22 de Outubro de 1383, fez agora 627 anos, morre D. Fernando I de Portugal, último da Dinastia de Borgonha, a primeira.

O Formoso, o Belo, o Inconsciente ou Inconstante, de carácter indefinido, inseguro e com pouca habilidade política, reinou só 16 anos e morreu novo, com 38 anos, e tudo leva a crer que, com a “ajuda” da sua esposa consorte D. Leonor de Teles de Menezes que, segundo reza a história e algumas biografias, de quando em vez, acrescentava “pozinhos” nas bebidas e comidas do Rei, como de igual modo fez a sua irmã, Maria Teles.

De Leonor podemos falar noutra altura, que a sua história é grande e intrigante. A postagem é a propósito da data da morte de D. Fernando I que passou a maior parte dos 16 anos de reinando, batalhando com os seus parentes castelhanos, ganhando e perdendo conforme o lado de que estava o vento.

Há, no entanto, algumas decisões régias que a História assinala positivamente. Destaca-se a criação da Lei das Sesmarias. Era uma autêntica “reforma agrária”. A Lei obrigava a que as terras fossem cultivadas, sob pena de os proprietários serem severamente punidos e podendo mesmo ser expropriados. A construção de novas muralhas de proteção nas cidades de Lisboa e Porto. A criação da “Companhia das Naus” foi talvez a realização mais importante de D. Fernando I. Ainda antes, começou por criar condições de abate seletivo de pinheiro e outras madeiras das matas reais, isentou de pagamento de taxas de importação, ferragens, apetrechos, outros materiais necessários para construção de naus e e as próprias naus já construídas.

Com a “Companhia das Naus” já a funcionar, exigia-se o registo de todos os navios e o pagamento de uma percentagem dos lucros obtidos em cada viagem. Essa verba funcionava como um prémio de seguro moderno. Esse dinheiro ficava em cofre único e servia para cobrir eventuais prejuízos com avarias ou mesmo afundamento das naus.

Antes da sua morte, a “amadíssima” esposa, “feita”, em todos os sentidos com o Conde Andeiro, “diplomata” castelhano, consegue casar a Infanta D. Beatriz com D. João I de Castela. Ora, assim, com a morte de D. Fernando I, Portugal seria entregue a D. Beatriz, única herdeira e já Rainha de Castela. Foi assim que aconteceu e, no momento imediato da morte do Rei, ela, D. Leonor, foi nomeada Regente do Reino em nome da filha e D. João I de Castela.

Em 1385, D. João, Mestre de Aviz, acabou com a aventura e, com o apoio do povo, classe média e alguma nobreza, é aclamado Rei de Portugal iniciando a dinastia de Aviz, a segunda. Já agora, importa realçar o papel de D. Nuno Álvares Pereira na recuperação do Reino.

Os restos mortais de D. Fernando I estão no Convento do Carmo em Lisboa.
(Foto: Wikipédia)

AL GORE disse:

No meio de tanta mediocridade, criteriosamente levada a nossas casas pelas televisões deste País, em noticiários que mais parecem sessões de leilões das peças (tretas) transmitidas, quase passou despercebida, a visita a Portugal do Prémio Nobel da Paz de 2007, o antigo Vice do Ex-Presidente Bill Clinton, o Americano Al Gore.

Intervindo num seminário realizado ontem no Estoril, Al Gore disse: “Portugal está a fazer um trabalho fantástico nas energias renováveis. Parabéns. Eu vanglorio-me da liderança de Portugal quando falo em sítios um pouco por todo o mundo sobre energia solar, eólica, energia das ondas e sustentabilidade. Dou-vos os parabéns por todos os progressos que têm sido feitos nesta área.”

Infelizmente, a nível interno, é impossível valorizar os inúmeros exemplos do que tem sido feito na área das energias renováveis. É necessário ser os estrangeiros a reconhecerem a importância desta opção dos últimos anos. Por aqui, desvalorizam, e, se possível, destroem o que está feito.

Muitos erros têm sido cometidos neste “reinado” de Sócrates mas, muitas medidas e reformas positivas foram feitas. A aposta nas energias renováveis é uma delas. Vai ter um impacto determinante a médio e longo prazo, não só do ponto de vista ambiental mas, também, na reversão do deficit da nossa balança comercial com o exterior. Cada unidade de energia produzida internamente em renováveis, são barris de petróleo que deixamos de comprar fora.

Os constrangimentos orçamentais vão, com certeza, abrandar os investimentos em novos projetos mas, o “andamento” é imparável e, como Al Gore diz:

“Portugal está a ajudar a criar soluções e está a tornar-se líder neste novo mundo.”
(Foto: Wikipédia - Dicas: DN)

“PARA GRANDES MALES, GRANDES REMÉDIOS!”

O organismo humano, usa o espirro para expulsar do corpo partículas inconvenientes e incomodativas.

A causa, está normalmente associada à presença nociva de bactérias no aparelho respiratório. Para evitar um mal maior, e utilizando a máxima:

“Para grandes males, grandes remédios!”

O comando do “aparelho” emite uma ordem de contração aos músculos e aos pulmões, origina um efeito de mola apertada e, de repente, liberta a mesma mola, abrindo todas as válvulas, expulsando pela boca fora todos os “perdigotos” do mundo infestados de ninhos de bactérias altamente perigosos para a saúde de quem espirra.

Imaginemos aqui a sociedade no papel de “espirrador” e os maus elementos protagonizando as bactérias. Tão bom que era, conseguirmos ficar livres da cambada de “perdigotos” que infetam tudo à nossa volta, simplesmente com uma bateria de espirros!

À minha conta acabaria com muitos “perdigotos”. Logo de manhã, espirros, é comigo. São pelo menos aí uns 15 e seguidos!
(Foto e dicas sobre espirros: Wikipédia)

POLEIRO PELO POLEIRO, TODOS O QUEREM!

Passo a passo, de tabu em tabu, o País vai andando nesta escuridão com odor a naftalina! Os da segunda linha não dão “passos”. Exercítam-se e exibem-se com “pulinhos” em volta do chefe, como moscas em volta da merd…!

De governo em desgoverno e vice-versa, a distância também não é grande! As moscas são outras mas o resto é igual!

Poleiro pelo poleiro, todos o querem!

É o ponto mais alto, vê-se ao longe e faz-se ouvir com muita facilidade. Como se de língua de “camaleão” estivesse munido, absorve tudo o que estiver ao seu alcance. O “papo”, à medida que sofregamente vai inchando, retira ângulo de visão à zona circundante e, quase sempre, provoca o aparecimento de pontos negros de traição. É a proximidade do poder e a sombra brilhante do “papo” que aguça o apetite.

O que está cá em baixo, atira pedras a quem lá está no poleiro, para ver se o desequilibra. Sempre que o consegue e se traduz numa troca de posições, lá começa tudo outra vez. A figuração de “camaleão” muda de cor e volta a atacar.

O “Zé Povinho”, vítima eterna do “empoleirado” e habituado a cintos de todo o tamanho e com número de furos a condizer, vai, mais uma vez, tentar eliminar as moscas e reciclar os montes de merd… que por aí andam!
(Gravura: Wikipédia)

SAMORA MACHEL AO VIVO!

Samora Machel morreu ainda novo quando regressava de avião a Maputo. O avião despenhou-se nos Montes Libombos, já muito perto da pista de Mavalane, mas ainda do lado da África do Sul. Nunca houve certezas sobre as causas do desastre. Acidente ou atentado? Há versões para as duas causas.

Samora tinha 53 anos e, em circunstâncias normais, ainda estaria muito mais tempo à frente dos destinos de Moçambique.

Tive oportunidade de ouvir Samora Machel ao vivo mais de uma vez. Os seus discursos para o povo eram intermináveis. Falava de improviso e, muitas vezes, repetia a mesma ideia, em diferentes dialetos. O gesticular, os movimentos com o corpo, com a cabeça e até alguns passos de dança, saíam igualmente com a naturalidade de quem está com os seus.

Ninguém poderá saber o que seria Moçambique hoje, se Samora não tivesse morrido tão cedo. Nem vale a pela especular sobre esta dúvida. É um País com escassos recursos minerais, ao contrário de muitos outros países africanos, e, por isso, muito dependente, do ponto de vista económico e financeiro.

Samora Machel, líder revolucionário, está na história de Moçambique como “Pai da Nação”. Foi com ele na liderança da Frelimo, que o País ascendeu à independência em 25 de Junho de 1975.

Só pisei terra moçambicana em 1982 e, durante 18 anos, muitas vezes lá voltei. Sempre que cheguei a Maputo, senti que estava outra vez em casa. Tenho por lá muitos amigos e, se tornar a ter a sorte de lá voltar, chegarei novamente a casa!
(Foto: Wikipédia)

MULTICULTURALIDADE

A Europa, ou pelo menos os mandantes da UE, estão a trilhar caminhos muito negros, não só do ponto de vista económico, financeiro e Estado-Social, mas também, no que diz respeito aquela máxima que, orgulhosamente, os líderes europeus de há 30 anos ostentavam: Sociedade Multicultural.

Não faltará muito para que, nas suas “tumbas”, Fernando e Isabel de Aragão e Castela, Manuel, o primeiro, de Portugal – inventores e executantes da “santa” inquisição contra os Judeus – e, mais recentemente, Hitler e seus apaniguados – exterminadores implacáveis de Judeus e outros povos por eles considerados impuros – batam palmas de contentes com as atuais políticas de limpeza étnica levadas a cabo pelo governo francês e, sub-repticiamente, pelo governo alemão.

Depois do “tratamento” dado por Sarkozy à comunidade Cigana, traduzido na expulsão de centenas de famílias, vem agora a chanceler alemã afirmar que: “O modelo de sociedade multicultural fracassou” e ainda “ Nós sentimo-nos ligados aos valores cristãos. Quem não os aceita não encontra lugar aqui. (na Alemanha)”.

Ou seja, para a sra Merckel, a Alemanha e a Europa, considerando a sua atual posição de mandante, não deve ser mais uma sociedade moderna e aberta a todas as culturas e religiões do mundo mas, ao contrário, voltar a fechar-se sobre si própria, e, porventura, proceder a “limpezas” seletivas para quem não se submeter à ordem vigente.

Eu não quero uma sociedade assim!

A Multiculturalidade é uma conquista da humanidade e, os seus detratores, devem ser contrariados. O meu amigo, o meu vizinho, o meu colega de trabalho e o meu familiar é só isto e não: cristão, judeu, islâmico, budista, branco, preto ou amarelo. Esta realidade está presente numa grande parte das cidades do nosso País e faz parte da nossa abertura ao mundo que, infelizmente, muitas vezes não coincide com a Europa para lá dos Pirinéus.

Em Portugal também há quem pense como o sr Sarkozy e a sra Merckel. O pior é que fazem parte daquilo a que se costuma chamar: “arco do poder” e, por isso, a qualquer momento, podem ter condições para passar do pensamento à prática.

INDIGESTÃO ORÇAMENTAL

Por muito cuidado que tenha com a comida, de quando em vez, lá vai alguma coisa mais indigesta.

Na maior parte das vezes, a má onda, é logo detetada na altura de engolir. Custa a passar para baixo mesmo bem mastigado. Cai no estômago como se fosse uma bola de chumbo e, até que saia dali e se transforme em mer…, mesmo com muitos litros de chá e muito “compensan", demora, demora… muito… tempo…, alguns Orçamentos do Estado, muitos aumentos de impostos, muitos cortes nas deduções do IRS, muitos cortes nos salários, muitas pensões congeladas, muitos cortes nos subsídios, muitos cortes nas transferências para as autarquias, muitos cortes no investimento, muitas alterações (para cima) nos escalões do IVA, muitas atualizações nos escalões do IRS, etc., etc.

Os ingredientes são tantos e tão fortes, mesmo assim, (para complicar ainda mais a digestão, digo eu) reforçados com um apimentado proveniente da Alemanha e criado na estufa particular da Sra Angela Merckel.

A ideia é pôr-me de joelhos com tanta dor de estômago, ou mesmo, ter de rastejar para conseguir chegar à WC.

Quem me ouvir articular este elaborado vocabulário, na certa, vai pensar que exagero, que os ingredientes não são assim tão pesados, que sou um choramingas, enfim, aquelas coisas que se costuma dizer a quem se “queixa de barriga cheia”No meu caso é literalmente verdade – mas não, é mesmo assim!

Deixei de ter estômago para certas coisas…

DIETAS SUICIDAS!

Hoje, porque a escabrosa situação me chamou a atenção, perdi uns minutos a olhar na televisão, o desfile em passerelle da coleção de um estilista português no Portugal Fashion na cidade do Porto, como podia ter sido a semana passada na Moda Lisboa ou numa qualquer outra parte do mundo.

As modelos são autênticos esqueletos andantes!

As raparigas (meninas), são exageradamente magras, como, aliás, tem sido denunciado nalgumas capitais da moda. Estou a lembrar-me que em determinado evento de moda em Madrid, de há uns tempos para cá, as modelos são pesadas antes do desfile e, se não tiverem o peso mínimo considerado, pura e simplesmente não são autorizadas a pisar a passerelle.

Tinha ideia de que em Portugal não acontecia este atentado contra a saúde pública, mas hoje, que estive com atenção, fiquei negativamente impressionado.

O exemplo de Madrid devia ser adotado em todo o lado. Não há razões, nem de estética nem de beleza, para que as raparigas sejam levadas a praticarem dietas suicidas!

SBF

PRATELEIRA DE LIVROS

“Álvaro Cunhal – Sete fôlegos do combatente”
De Carlos Brito

Conhecer a intervenção de Álvaro Cunhal no panorama político português, no tempo da ditadura e depois do 25 de Abril de 1974, é essencial para se entender a verdadeira história do nosso País nos últimos 60/70 anos.

Carlos Brito, autor de “Álvaro Cunhal – Sete fôlegos do combatente”, privou com Álvaro Cunhal durante cerca de 40 anos no PCP, a maior parte fazendo parte dos órgãos dirigentes, primeiro na clandestinidade durante a ditadura e, depois do 25 de Abril nas mais variadas tarefas partidárias.

O autor conheceu como poucos o histórico líder do PCP, e, a sua condição de afastamento da militância do seu partido de sempre, permitiu-lhe – só possível com distância física e emocional – escrever este livro que, desde a publicação da 1ª edição em Maio deste ano, se manteve nos “top-ten” até há bem pouco tempo.

Carlos Brito nasceu em Moçambique em 1933, veio para Portugal com 3 anos vivendo em Alcoutim, no Algarve, durante a infância e juventude, para onde retornou há uns anos, depois de ter deixado a política ativa. Foi candidato presidencial, deputado durante muitos anos, Diretor do jornal Avante, foi condecorado mais do que uma vez, para além de todas as tarefas e cargos inerentes à sua função de dirigente do PCP.

É uma edição das “Edições Nelson de Matos” com 1ª edição em Maio de 2010.
(Gravura: Do site de "Edições Nelson de Matos)

MAS QUE É ESCANDALOSO, É!

A toda a hora nos cruzamos com outros, que, como se tivessem na cara, grandes óculos escuros como aquele que nunca os tira, e que agora diz a toda a hora na rádio e nos mais variados eventos com ou sem televisão, “vamos fazer o que ainda não foi feito”, e, dizem, ser bom músico, mas de cantoria, nem para encantar uma princesa desencantada – mas, dizia eu – todos andam “azamboados”.

As pessoas andam sem caminho, sem chão, sem rumo. Os olhares cada vez mais fixos no “nada”.

A incerteza abateu-se sobre as suas cabeças e pesa toneladas de desalento e desespero!

No patamar dominante, os políticos, brincam às “continhas”, aos “orçamento (zinhos)”, deixando as suas reformas blindadas – certas ao fim de 12 anos de cargo político eleito – bem quietinhas. Pois claro, toca a todos, sejam deputados alinhados ou da oposição, do governo, das autarquias, das regiões.

O melhor (para eles) é nunca falar disso, mas que é escandaloso, é!
(Gravura: Zé Povinho de Rafael Bordalo Pinheiro)

EGO NACIONAL

Como muito bem diz o Ferreira Fernandes na sua crónica de hoje no Diário de Notícias,ontem foi um dia a esquecer” para os “cangalheiros” cá da nossa praça.

Na verdade, Portugal ter sido eleito para o Concelho de Segurança das Nações Unidas e a Seleção Nacional de Futebol ter levado de vencida a Islândia, foram dois duros golpes para os habituais detratores do ego nacional.

Com a experiência que têm, não vão com certeza levar muito tempo para recuperarem deste “desaire”. Logo, rapidamente, arranjarão motivos para nos continuar a empurrar para baixo como há muito tempo o fazem.

As nuvens negras que se aproximam com a entrada do Outono não auguram bom tempo, mas, ainda não será desta, que vão mandar p’rás urtigas, uma Nação com quase 900 anos de História.

UM PRESO POLÍTICO

Um preso político, tanto o é na China como em qualquer outra parte do mundo. Até em Portugal o era antes de 25 de Abril de 1974.

A atribuição do Prémio Nobel da Paz a um opositor chinês, causou forte reação do governo deste País. Desde que, o Comité Nobel Norueguês, anunciou a distinção pela luta “longa e não violenta pelos direitos fundamentais na China”, de Liu Xiaobo, que, na China, todos os canais de televisão nacionais e estrangeiros, rádios, jornais, internet e telemóveis, sofreram cortes e, nalguns casos, apagões, a mando do poderoso departamento de censura chinês e a mulher de Liu foi colocada em prisão domiciliária. O governo reagiu como é normal nas ditaduras.

Como também é normal, por todo o mundo se multiplicaram protestos anti-chineses pela reação e apelando à libertação do preso político Liu Xiaobo. Portugal não é exceção, existindo no entanto uma que confirma a regra.

O Partido Comunista Português emitiu um comunicado em que lamenta a atribuição do Prémio Nobel da Paz 2010 ao opositor chinês, considerando que é “mais um golpe na credibilidade” deste galardão e que representa “pressões económicas e políticas” à China.

Será que os atuais dirigentes do PCP já não se lembram dos seus presos políticos nas prisões fascistas de antes do 25 de Abril?

Tenho admiração pela história do PCP, por muitos comunistas e por muitas bandeiras que defendem mas, quando se põem ao lado dum regime que não respeita os mais elementares direitos humanos, fica difícil acreditar no seu discurso a favor da democracia e do desenvolvimento da humanidade.

AMIGO NO “SAPATO”

Amanhã, Portugal é um de três candidatos, a lugar não permanente no Conselho de Segurança da ONU. É um dos dez lugares não permanentes, num total de quinze. Os outros cinco lugares permanentes, correspondem às potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial: China (antes era a Formosa), França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos da América.
Sessenta e cinco anos depois de acabar a guerra, não tem qualquer sentido este tratamento preferencial, mas, na verdade, ainda são os poderosos do mundo.

Para dois lugares abertos agora para os próximos dois anos, chegaram-se à frente: Canadá e Portugal primeiro e, numa segunda fase, o nosso “amigo”(??) e parceiro na UE, a Alemanha.

Não é “caricatura”, é mesmo verdade!

O principal derrotado da Segunda Guerra Mundial, vai disputar connosco um lugar no Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão, que nesta organização, mais poder tem e que mais representa (desatualizado, acho eu) a vitória dos Aliados sobre o “Eixo” fascista nos idos anos quarenta do século passado.

A diplomacia portuguesa não tem poupado esforços para conseguir apoio no voto, do maior número de Países. Ontem viu-se Luís Amado, Ministro dos Negócios Estrangeiros, na Líbia, tentando convencer Khadafy e outros.

Nos momentos mais delicados, aparece-nos sempre um “amigo”(??) no “sapato”, ou seja, para nos complicar a vida!

O CABOUQUEIRO E A CIÊNCIA DA PEDRA

(Continuação – No tempo da ditadura, durante a Guerra Colonial)

Oh pessoal, então há lugar para mais um na conversa? (pergunta o Jo’quim Cagachuva que chegava vindo do lado da pedreira do Ti Miguel)

Há pois! (dizem os outros três) e (acrescenta o Caladinho) Com muito cuidado porque eles andam aí…

Diz o Jo’quim Cagachuva: Venho da “ajuntadeira”, fui buscar estes pares de botas cosidas, e ao mesmo tempo folgar o dia. Saí de casa ainda o Sol estava baixo, e só estou a chegar agora. É que, enquanto a perna boa vai e vem, descansa a coxa. M’ocasião, ia já em Chão de Meninos quando…

(Interrompe o Coutinho que é Bernardino): Oh Jo’quim, espera lá. Não comeces já com as tuas histórias, porque já as ouvimos todas. Estamos mais interessados na fala do Caladinho

(Jo’quim Cagachuva) Eu também. Ele fala tão pouco, que é de aproveitar.

Era pacífico! Os quatro estavam ansiosos para ouvirem o Caladinho falar. Instintivamente, voltaram-se os três - O Rio das Sesmarias, como se calcula, ficou no mesmo sítio, porque sair do leito só com muita água de cheia - para o promitente falador, sentaram-se na beira do muro do quintal do Ti Joaquim da fruta e, de orelhas a jeito, ouviram o Caladinho:

"Só precisava que o patrão me pagasse o suficiente para dar de comer aos meus filhos. Eu cumpri a minha obrigação com o trabalho combinado e ele…

(Continua – Extraído do escrito “O Cabouqueiro e a Ciência da Pedra” de Silvestre Félix)

CHE GUEVARA MORRE

Em 1967, neste dia 9 de Outubro, Che Guevara morre às mãos do exército boliviano.

O guerrilheiro puro, abandona os gabinetes do recente poder conquistado em Havana ao lado de Fidel Castro, para se relançar no seu desígnio – como fizera, mais de um século antes, Simon Bolivar – libertar a América Latina!

A verdade das suas convicções, o sofrimento no terreno partilhado com os mais fracos e o combate sem tréguas a todas as injustiças praticadas pelos poderosos, levaram a que Che Guevara fosse admirado pelos progressistas de todo o mundo e, depois de morto, elevado à categoria de herói universal dos oprimidos.

Independentemente da concordância ou não com Che Guevara, do ponto de vista ideológico e da maneira como levava as suas ideias à prática, era difícil não o admirar pela pureza do seu exemplo como homem e como revolucionário.

Transcrevo a seguir o último parágrafo do “Diário de Che”, escrito por Che Guevara durante o dia 7 de Outubro de 1967, antevéspera da sua morte.

“O Exército deu uma estranha informação sobre a presença de 250 homens em Serrano para impedir a passagem dos sitiados, em número de 37, indicando como zona do nosso refúgio a que fica entre Rio Acero e o Oro. A notícia parece ser de diversão.”

Foram estas as últimas palavras escritas no diário do Guerrilheiro-Herói.

SELEÇÃO NACIONAL DE FUTEBOL

As declarações de alguns selecionados continuam a ser altamente perigosas. Às vezes não tanto pelo que dizem, mas pelo que não dizem, por exemplo:

Diz ele: Queremos ganhar. Podem ter a certeza que vamos fazer tudo para ganhar!

Digo eu: Claro, haviam de fazer tudo para perder? Às vezes até parece!

Diz ele: Estou bem e quero ajudar a seleção!

Digo eu: Ajudar? Mas que mania eles têm de dizer isto. Quando o dizem – pode até nem ser essa a intenção – colocam-se num plano superior. Não é ajudar, é cumprir a sua obrigação!

Todos esperamos que a seleção funcione como equipa e que os talentos individuais estejam ao seu serviço.

Vamos ver se esta nova equipa, dirigida por Paulo Bento, nos dá a alegria que precisamos.
(Foto: A Bola Online)

POSTAGEM Nº 500

Ao fim de quase 2 anos, o “Lua do Monte” chega à postagem nº 500. Até hoje, a média de publicação mensal é de 25 postagens.

Nunca estabeleci nenhuma meta, e só há pouco tempo reparei na possibilidade de chegar a este número.

Vou continuar como até aqui, utilizando este ecrã do mundo sempre que para aí estiver virado, sem qualquer plano ou programação antecipada.

Estou grato a todos os que me visitam um pouco por todo o mundo mas, como não podia deixar de ser, tenho um sentimento muito forte e especial, pelos que estão no espaço da Lusofonia.

Muito obrigado e um grande abraço global!

Silvestre Félix

REVISÕES DAS PREVISÕES

As sucessivas (quase diárias) previsões e revisões em alta ou em baixa do desempenho económico de Portugal, do FMI, OCDE, UE, BdP, Agências de Rating, BCE, Eurostat, Manuel, Joaquim, Zé Ninguém e por aí fora, ou as variações constantes do PSI20 da bolsa, provocam nós na cabeça dos portugueses.

Como as variações são constantes, eles arranjam (se não há, inventam) sempre justificação para a subida, descida ou, nem uma coisa nem outra.

O mais engraçado é que, invariavelmente, as previsões são sempre revistas, e, se tivermos a paciência de tomar nota das últimas, concluímos que as instituições nacionais e estrangeiras que fazem estes exercícios, erram, mas erram sempre e muito!

O que chateia é que, em consequência destes “comunicados”, os especuladores tratam da sua “vidinha”, e acertam as estratégias para o dia seguinte. Os juros lá sobem ou descem (mas pouco) e, quem paga, é sempre o mesmo.

Ao mesmo tempo, os “abençoados” da comunicação social, especialmente das televisões, com o expediente e eficiência que se lhes reconhece, logo organizam, na “capital do império”, colóquios, debates de especialistas, fóruns sem limite de tempo para as intervenções, entrevistas com pivôs (não é “prego”, é moderador(a)) premiados internacionalmente, e outras formas de dar sentido inequívoco à singular democracia que se vive no nosso País.

E então, nessa conformidade, avançam para esses cuidados areópagos os habituais “cangalheiros” cá do sítio, vestidos, de preferência, de fato escuro os homens e, as mulheres, de saia e casaco, igualmente de cor escura. Vão, com muito sacrifício, materializar mais uns tempos de antena, para decifrarem, em abono do amado povo português, as revisões das previsões e as previsões do que há-de ser revisto!

AMÁLIA RODRIGUES

Fez hoje 11 anos que morreu Amália Rodrigues.

A Rainha do Fado, assim era conhecida pelo mundo fora, desapareceu da vida terrena neste dia 6 de Outubro de 1999.

O velório e o funeral, arrastou muitos milhares de portugueses, como poucas vezes se viu em situação idêntica.

Foi decretado luto nacional de três dias.

Os seus restos mortais foram transladados em 2001 para o Panteão Nacional, concretizando assim maior honra, inteiramente merecida.

Que descanse em Paz!
(Retrato de Amália - Wikipédia)

ENTRE O NEVOEIRO

Hoje foi um dia de esperança para os “sebastianistas”!

Dia serrado de nevoeiro, que já esteve, faz com que muito boa gente espreite, sem parar, entre o nevoeiro, mimando orações umas atrás das outras e contratualizando promessas sem saber se alguma vez as poderá pagar, acreditando que pela frente lhe vai aparecer um D. Sebastião, o salvador da Pátria, seja rei com erre ou com guê, em cima de cavalo branco ou mesmo a pé, e, muito importante, que ainda venha a tempo de não deixar subir os impostos.

Estes dias, em que não se vê “um palmo à frente do nariz”, com o toque especial da nossa serra de Sintra, são muito perigosos, não por causa do trânsito como toda a gente diz, mas, pelo mal que faz à cabeça, de quem espera pelo “salvador da Pátria”.

Estes tempos de crise são ótimos para o aparecimento de candidatos. A maior parte deles são capazes de tudo, até cavalgarem num animal branco e em dia de nevoeiro.

Temos de ter cuidado e estar atentos!

(Gravura: Alcácer-Quibir – Wikipédia)

IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA

Neste dia, em que se comemoram os 100 anos da implantação da República, tenho olhado, de vez em quando para a televisão e, muito no seguimento do que se tem passado nos últimos tempos, “cheira-me” muito a plástico e a chouriços enchidos com produto de qualidade duvidosa.

Para além do que da história é, por direito, de alguns documentários rigorosos, de uma ou mais séries transmitidas na RTP e dos discursos de circunstância da parte da manhã, e dos comentários e observações (a propósito e a despropósito) dos jornalistas de serviço, tudo o resto é demais.

Para um cidadão comum, como eu – republicano por nascimento e educação mas também por opção, com abertura de “espírito” e pensamento neste mundo globalizado à infinita potência – o mais importante para qualquer democracia Ocidental, não é ser república ou monarquia.

Dado por adquirido este citado pragmatismo, parece-me sempre demais e sem sentido, os infindáveis tempos de antena para pregadores de tantas virtudes da república, que, por serem em tamanha quantidade, não existem disponíveis mais folhas A4 para as transcreverem.

Por outro lado, os confessados monárquicos, ficam-se pelos bons exemplos das monarquias europeias, e daí, para a construção e explicação de bons argumentos, não conseguem sair.

JÁ ENTENDEMOS!

Já todos estamos fartos do vosso paleio!

Hoje é sobre a entrevista de PC ao diário económico. Ninguém vos quer ouvir mais! Um dia, Sócrates, no dia a seguir Passos Coelho. Toda a gente já percebeu que temos de “levar com a ripa”, com ou sem impostos e com ou sem redução de ordenados.

Já entendemos, porque não somos estúpidos, que o orçamento apresentado pelo Governo tem de ser aprovado. Se não for, o País não só bate no fundo, como vamos todos na enxurrada.

Por muitas razões que o PSD apresente, quem está no Governo, pelo menos por enquanto e seguramente até Julho de 2011, é o PS e o primeiro-ministro José Sócrates. Sendo assim, pode o Passos botar os discursos contra o orçamento, que quiser, que ninguém o ouve! Ontem mesmo ouvi o Prof. MRS dizer, mais uma vez, que "o PSD não tem que negociar nem concordar com o orçamento, basta que se abstenha!" É de fato assim e, se o declarasse já, os portugueses e os “mercados” ficariam mais calmos e mais confiantes.

SBF

O CABOUQUEIRO E A CIÊNCIA DA PEDRA

(Continuação – No tempo da ditadura, durante a Guerra Colonial)

Oh Caladinho, deixa lá o andante… já se faz tarde e os meus amigos devem estar admirados com a minha demora, na certa, contarão que chegue com um grão na asa… ou dois...

Espera Coutinho que és Bernardino. Passam tão poucos carros, que é uma pena a gente não os ver.

O barulho foi aumentando e, ao cimo já se via o andante.

Estás ver Coutinho que és Bernardino, uma “arrastadeira” de duas portas preta… Olha, afinal são dois, e o outro também é preto e é um Ford. Ummm! Estes dois pretos e a estas horas? Não cheira a boa coisa…

E os carros lá continuaram em direcção a Albarraque.

Quinta do Olival, virando à direita a seguir à Quinta de Stº António, pelo Sigamó, Abílio e Cipriano, chegados ao Rio das Sesmarias. Conversa certa, mesmo estando só o sítio, pois as chuvas ainda não vieram e, mesmo sequinho, o Amigo Rio das Sesmarias, não perdia a oportunidade para meter conversa.

Então Coutinho que és Bernardino, o nosso amigo Caladinho também vai aprender a ciência da pedra?

(Diz o Coutinho que é Bernardino) O Caladinho aprender a ciência da pedra? Não Amigo Rio das Sesmarias, a ciência do Caladinho é outra.

E de ajuntamento a três, dum momento para o outro, ficou a quatro, o que, naquele tempo, podia ser perigoso – Mais de três podia ser manifestação subversiva.

(Continua – Extraído do escrito “O Cabouqueiro e a Ciência da Pedra” de Silvestre Félix)

REPÚBLICA – MONARQUIA

Comparativamente, o regime de organização política de cariz republicano, é mais certo e justo para as sociedades modernas do que as monarquias.

Não quer dizer que todas as repúblicas proporcionem aos seus cidadãos melhor vida do que muitas monarquias. Há bons e maus governos em ambos os regimes.

Do que se trata, é a injustiça da atribuição de poder sobre os seus concidadãos, por razão do nascimento, ou seja, o chamado “príncipe” na monarquia, pelo fato de ter determinada ascendência, vai, mais tarde, ser investido (coroado Rei ou Rainha) Chefe de Estado. Enquanto o Presidente da República é investido nessa função, por sufrágio direto e universal ou por colégio parlamentar, expressando-se assim a vontade da sociedade através do voto popular.

Em qualquer dos casos, hoje, as monarquias ocidentais existentes são todas constitucionais, não tendo poder executivo ou legislativo. Ficam-se pela representação do Estado e pouco mais.

Acho que, nesta época, na Europa e duma maneira abrangente, no Ocidente, não se justificam mudanças em qualquer dos sentidos – As monarquias estão bem e as repúblicas igualmente.

No caso de Portugal, a propósito das comemorações dos 100 anos da implantação da República, embora haja uma razoável corrente monárquica organizada e mesmo um pretendente oficial ao trono, D. Duarte Nuno o Duque de Bragança, penso não haver dúvidas sobre a preferência republicana dos portugueses.

Ainda assim, considerando a forma violenta como a monarquia foi deposta, estes, deveriam ter oportunidade de dar a conhecer aos portugueses a sua versão de regime e também as suas “dores”, porque também é disso que se trata. Nestes últimos meses, os escaparates das nossas livrarias, os jornais e as televisões, têm sido invadidos por motivos republicanos sendo estes naturalmente os “bons”, anulando por completo, qualquer sinal monárquico.

É bom lembrar que os revolucionários republicanos de 1910 – porque culpavam a monarquia de todos os males – prometeram resolver todos os problemas existentes no País. Sabemos como andamos até hoje, passando pelos difíceis golpes e contra-golpes até 1926 com condições de vida – mesmo comparando com o resto da Europa – degradantes e a ditadura até 1974. Será que em monarquia estávamos diferentes? Melhores? Piores? Ou na mesma?

TIMOR LESTE – A NOTÍCIA

Ramos Horta, Presidente de Timor-Leste, está há alguns dias em Portugal mas, considerando as notícias produzidas pelos órgãos de comunicação portugueses, especialmente as televisões, dir-se-ia que estamos enganados, que Ramos Horta estará em qualquer sítio, menos no nosso País.

As nossas televisões, que ainda não atingiram aquele número mínimo de repetições daquelas “peças” sobre o OE de 2011 e entrevistas e fóruns para realização do ego de comentadores residentes e de aluguer, estão-se nas tintas para o resto!

O povo timorense está no nosso coração e por isso merece toda a nossa atenção e acompanhamento, pelo que, a presença em Portugal de Ramos Horta, deve ser notícia de primeira página e de abertura dos noticiários das televisões.

BRASIL – A GRANDE NAÇÃO

Por todas as razões que sabemos, o Brasil é como se fosse também a minha terra. Tenho a certeza de que se lá vivesse, me sentiria tão brasileiro como os brasileiros.

Já era um grande País, mas, nesta última década, coincidindo com a presidência de Lula da Silva, o Brasil passou de País emergente a emergente potência económica. O Brasil de Lula, desenvolveu-se como não se viu em nenhum outro sítio e tirou da miséria dezenas de milhões de brasileiros.

No próximo Domingo os brasileiros vão escolher novo Presidente. Como toda a gente, espero que Lula tenha um sucessor à altura e que, daqui a dez anos, possamos estar aqui a fazer a mesma prosa.

GLOBALIZAÇÃO – DERROTA DO OCIDENTE

O mundo de hoje está completamente vazio de ideologia. Não há socialismo, não há social-democracia, não há comunismo, não há democracia-cristã, etc., etc., que resista à atual situação. Na Europa, há Governos diversos com os mesmos problemas.

Os Países, as sociedades, os Governos, estão completamente reféns do mundo financeiro especulativo que, por sua vez, se continua a sustentar no negócio da energia/petróleo.

As ténues ameaças que começaram a pairar sobre os grandes monopólios das petrolíferas, fizeram com que os trunfos fossem todos colocados na mesa e passaram ao ataque.

A globalização foi uma batalha ganha pelas grandes multinacionais. O grande capital conseguiu assim fechar as Industrias no ocidente, onde o operariado já ascendia a ordenados médios, e voltar a abri-las nos chamados países emergentes, onde, os gastos com pessoal, representa nalguns casos, um décimo da Europa ou USA. Com esta troca, voltaram a faturar lucros fabulosos e, em contrapartida, a crise caiu em cima de todo o mundo ocidental com falências umas atrás das outras, obrigando os governos a socorrer os cidadãos reforçando os apoios sociais e aumentando significativamente os seus deficits e as suas dívidas soberanas.

É mais ou menos neste ponto que estamos em Portugal.

Quantas multinacionais se deslocalizaram nos últimos dois anos e meio?

Qual é a percentagem da nossa taxa de desemprego que corresponde a fechos destas industrias?

Qual era o peso na nossa exportação destas empresas que fecharam e se mudaram para a Índia, para o Paquistão, para a China ou para qualquer outro sítio?

Ninguém dá estas respostas. Também é verdade que ninguém pergunta!

Se, nestes últimos anos, o Governo fosse: do PSD, do CDS, do BE ou do PCP, as multinacionais não se tinham ido embora?

É só papagaios! Quando os oiço falar, tenho vontade de baixar o som! Já não há pachorra!

Precisamos consolidar as contas públicas com ações e menos paleio e, para não estarmos nas mãos de multinacionais, de Berlim ou de Bruxelas, o mais depressa possível, valorizarmos o produto nacional restaurando a nossa industria pesqueira, a agricultura, construção e reparação naval, tornar os nossos portos de mar competitivos com os do norte da Europa, investir em tudo o que tenha a ver com energia limpa e renovável, revigorar a industria vidreira e de porcelana, etc., etc. Paralelamente, articular e desenvolver ações de parcerias com o Brasil, PALOP’s, e outros países africanos.

Os cangalheiros que por aí andam, não vão conseguir enterrar já este – PAÍS – a caminho de 900 anos de existência!

PORQUE NÃO SE CALAM?

PORQUE NÃO SE CALAM? São praticamente os mesmos, que há menos de dois meses, bradavam “aos céus” por medidas mais restritivas, fortes e ...