MARGINALIDADES

Lê-se por aí, que um tal senhor alemão do partido da Chanceler Angela Merckel, sugeriu que “os imigrantes passem a ser escolhidos pela sua inteligência”.

É certo que não devia ficar admirado com este tipo de “atentados” (isso sim) à nossa inteligência, vindo donde vem. A Chanceler e o seu governo conservador, principalmente desde o princípio da atual crise financeira na Europa, têm demonstrado desprezo pelos altos valores de solidariedade que estiveram na base do sonho duma Europa, exemplo para o mundo.

Por cá, também há muito boa gente perfeitamente sintonizada com este e outros meios de seleção na admissão de imigrantes.

Esta tendência de “apuramento da raça” não é novidade, mas, sabendo-se o que se sabe hoje, não podemos dar margem de manobra a este tipo de “marginalidade”. A oposição deve ser firme, venha a “boca” da Alemanha ou de qualquer outro sítio.

SBF

HINO NACIONAL

Ninguém consegue dizer ao “menino” Cristiano Ronaldo que lhe fica muito mal não cantar o Hino aquando da apresentação da seleção antes dos jogos?

Se não sabe, aprenda! Tem desculpa porque ninguém nasce ensinado.

Se sabe, e, por qualquer capricho de vedeta não o canta, é muito pior e deve ser repreendido por quem tiver poder e força para isso.

SBF

PS: Acabou o jogo e perdemos. Este “menino” (e as maiores vedetas) não jogaram nada. Parabéns especialmente ao Eduardo e ao Fábio Coentrão e, claro, à Seleção espanhola que venceu com justiça. Alguém tinha que ficar pelo caminho.

COOPERAÇÃO ESTRATÉGICA?

O Professor Cavaco Silva, como qualquer outro cidadão, pode fazer e dizer o que muito bem entender, respeitando naturalmente o campo democrático.

Pode dizer que o “preto” é “branco”,

Pode dizer que está um frio de rachar no pico do verão com 40º à sombra,

Pode dizer que “cooperar” é estar sempre em desacordo,

Pode não gostar de Saramago,

E por aí fora.

Já o Presidente da República Cavaco Silva, embora possa pensar tudo isto, já não o pode fazer ou dizer sem explicar ao País porquê.

Para que continua a dizer publicamente, ser a “cooperação estratégica” com o Governo, uma promessa para levar até ao fim do seu mandato?

Quero acreditar que o Presidente sabe exatamente o que quer dizer “cooperar” e “estratégia”, ou não?

SBF

PORTUGAL – COREIA DO NORTE

Naquele balcão corrido de mercearia dos anos sessenta, palpitavam as compras de quartas e quartilhos à medida da jorna barata. Faltavam dois anos para o “botas” cair da cadeira, oito para cair a longa noite e a guerra continuava lá “pelas Áfricas”.

O “puto” da mercearia, ou – de acordo com a tabela corporativa das profissões, artes e ofícios, publicada por uma qualquer direção geral – o “marçano”, era eu. O merceeiro, ou – conforme a austeridade dos tempos impunha – guardador do livro de apontamento ou, numa linguagem popular e fluentemente usada pelo freguês, “ o rol de fiado”, era o Ti Ramos.

Embora com responsabilidades, funções, idade, tamanho em altura e largura diferentes, ambos sofríamos da mesma maneira naquela tarde de 23 de Julho de 1966. Os “Magriços” estavam a perder aos 25 minutos de jogo por 3-0 com a Coreia do Norte.

E agora? Paciência, melhores dias virão.

Como testemunho do sofrimento pelas notícias que “saíam” do rádio a pilhas, o Ti Ramos pôs-me em “sentido” e disse do “alto” da sua sabedoria de merceeiro guardador do “rol de fiado”: São horas de ires levar as compras ao Casal-da-Peça. Já está tudo aviado e dentro do carro (Um eixo central, com rodas de bicicleta em cada extremo, recipiente equilibrado ao meio e um vão com a função de “guiador”). Com os “Magriços” em baixo e logo por três, lá fui em viagem de pelo menos uma hora, certo que não iria perder grande coisa.

Fui, e na volta, chegado ao reduto do merceeiro, vim encontrar o Ti Ramos com um sorriso de orelha-a-orelha. Bem…, pensei eu; o sobrenatural tem destas coisas, aconteceu algum milagre?

Tinha acontecido um milagre, Portugal tinha ganho 5-3, e passamos a ter mais um “santo” – Eusébio de seu nome!

Muitos portugueses, passados 44 anos, estão à espera de mais um milagre. Será que os “Navegadores” vão conseguir ganhar à Coreia do Norte? A ver vamos!

SBF

MORREU «O NOBEL»!

Saramago morreu e levou a genialidade da sua escrita!

Muito se disse, muito se diz neste momento e muito mais se dirá nestes dias de luto.

A afirmação “ palavras leva-as o vento” vem a jeito do acontecimento, porque não faltará candidatos a “botar” discurso a este propósito, com inúmeros e rasgados elogios a Saramago, muitas vezes “desatinados” com as falas produzidas em vida do escritor.

No que me toca, li grande parte dos seus livros e repeti alguns, com muito gosto! Quanto ao homem, (CLICAR) como aqui já o tenho dito várias vezes, discordava da sua intervenção pública na maior parte das vezes, provocando-me natural antipatia.

Que descanse em paz!

SBF

(Foto: Sapo Online)

QUE EUROPA É ESTA?

Pelos vistos, andamos enganados durante muito tempo:

“Da Europa (em vez de Espanha), nem bom vento nem bom casamento!”

Nos últimos dias, a Espanha tem estado a ser bombardeada pelos especuladores financeiros, provocando o agravamento da crise.

Os líderes europeus, já esta Quarta-Feira, (CLICAR) choraram lágrimas de crocodilo em Bruxelas e gritaram aos “quatro-ventos”, que estão solidários com o esforço espanhol.

Estamos no mesmo barco, ou melhor, na mesma “JANGADA” da Espanha.

Com muita facilidade, a outra Europa”, se livra deste apêndice que é a Península Ibérica.

SBF

“NÃO HAVIA NECESSIDADE”

Nem o “oitenta” de José Sócrates nem o “oito” de Cavaco Silva!

Nestas palavras ditas em dia de Camões,não havia necessidade” de tanto negativismo.

O Presidente da República, afirmar que «…a situação está insustentável…», referindo-se ao País naturalmente, é, pelo menos, negar tudo o que tem sido dito de positivo nos últimos dias, cá dentro e lá fora, relativamente à forma como as coisas estão a correr. Como Chefe de Estado, não me parece que seja a melhor maneira de motivar os portugueses, nem de transmitir confiança aos tais credores e especuladores sem rosto.

Também me chateia o excessivo “otimismo” do Primeiro-Ministro. As últimas estatísticas do nosso crescimento são muito boas, mas, toda a gente sabe, que dificilmente se aguentarão assim até final do ano. Para quê, falar disto, como se estivéssemos a caminho do paraíso?

SBF

DICAS DA SEMANA

Quantas histórias a “CARINA” já tinha… Alguma comunicação social descreveu culpados e, ou, cúmplices, com todos os pormenores! A imaginação não tem limites nem responsabilidade e as fontes são sempre defendidas…

E esta de se transformar em olho, para ver os adversários da selecção da Costa do Marfim por um canudo, é que ninguém estava à espera que acontecesse ao Toni. Bom, mas “conhaque é conhaque” e o que interessa são os dólares ou euros ao fim do mês…

Com três pessoas apenas se compõe a manifestação. Foi convocada com toda a convicção mas…, só três manifestantes em frente do Palácio da Ajuda para “ajudar” o movimento contra o acordo ortográfico. Tenham juízo, ele (o juízo), até ainda é de borla…

Já que falo em juízo, o “Major” despediu-se das lides de dirigente desportivo entregando a presidência da assembleia da liga, a outro político de carreira…, sim, a assembleia é da liga de futebol, não se confunda “da república”.

Nesse plenário falou muitas vezes Mário Soares que, com o “mau tempo” que vai para o seu lado, continua de teimosia em punho, como se D. Quixote fosse, e moinhos de vento enfrentasse, em vez deste “Alegre Portugal”!

SBF

FAÇAM FÉRIAS EM PORTUGAL

Cavaco Silva disse (mais ou menos), e bem, “apelo aos portugueses que façam férias em Portugal”…

Vai daí, o Ministro da Economia, (usando uma ironia um bocado barata) que até estava do outro lado do mundo, a propósito desta afirmação do Presidente da República, disse (mais ou menos), e mal (digo eu), “se os presidentes dos outros países dissessem a mesma coisa aos seus cidadãos, Portugal ficava sem turistas, porque cada um fazia férias no seu próprio País”…

A seguir, o jornalista logo se encarregou de confrontar o nosso Presidente com as afirmações do Ministro da Economia, e o Professor (que não foi à bola com a ironia do outro) logo tratou de dar uma lição de economia: (mais ou menos)que as férias no estrangeiro tinham o mesmo efeito que as importações – saída de dinheiro – e porque o nosso endividamento está assim e assado…”

Estou a ver aquele boneco do Herman José, que usava um gorro de lã com tapa-orelhas, e que depois dumas asneiras proferidas por um qualquer jornalista, saía de trás duma câmara de TV, voltava-se de frente para a mesma câmara, e protestava…

Mas que é isto?

Brincamos aos Países endividados?

O ME não devia dizer o que disse e daquela maneira e o PR também não precisava de lhe ter dado trela e, em vez da lição, devia ter posto o, ou, a, jornalista a correr… para ver o que é bom p’ra tosse!

Como é que querem que tenhamos confiança no futuro do País, com estes políticos? E só falei destes dois…, um de Belém e outro de S. Bento.

SBF

O “SUPOSTO” MODERADOR

Com o comando da TV na mão, entre as 21h30 e as 22h00, costumo passar pela SIC - Notícias para ver se me agrada o frente-a-frente.

Hoje, os convidados de Mário Crespo eram a Helena Roseta e a Deputada do CDS Teresa Caeiro.

Pelo que percebi, atropelando o alinhamento antes acordado, o tema dominante foi o Serviço Nacional de Saúde e Segurança Social (Pensões), a propósito duma notícia de primeira página do jornal “altamente credível” Correio da Manhã.

As posições, das duas intervenientes estavam bem definidas desde o início. Helena Roseta na defesa do Serviço Nacional de Saúde e da actual Segurança Social que resultou da última reforma de 2006, e a Teresa Caeiro crítica do sistema como está e batendo-se pela repartição com os privados, proposto aliás, durante o Governo de Santana Lopes pelo ex-ministro Bagão Félix.

Estaria tudo certo, se o “suposto” moderador não tomasse como seus, os argumentos da deputada do CDS e ainda acrescentando outros mais concludentes.

Ou seja, a Helena Roseta sentou-se para debater com Teresa Caeiro do CDS e levou o tempo quase todo do “frente-a-frente”, a contra-argumentar com o Mário Crespo até o chamar à atenção para isso mesmo.
Para ser bom profissional, não basta puxar dos galões, é preciso demonstrá-lo todos os dias!
SBF

MÁRIO SOARES E AS PRECIDENCIAIS

Mário Soares, no seu artigo (CLICAR AQUI PARA LER) de opinião do DN de ontem, escreve que o apoio à candidatura de Manuel Alegre, por parte do PS, “é uma opção tardia e infeliz”.

Todos sabemos há muito tempo que Mário Soares e os seus seguidores, jamais perdoarão a Manuel Alegre a ousadia de levar a sua candidatura a secretário-geral do PS até ao fim, depois da demissão de Ferro Rodrigues. Um dos candidatos era João Soares.

Hoje, Mário Soares, diz que a decisão “é tardia”, mas em meados de Janeiro, dizia exactamente o contrário: «É inconveniente falar das presidenciais nesta altura. Ainda é muito cedo.» (CLICAR PARA VER ESCRITO E VIDEO)

Manuel Alegre tem, neste momento, muitos adversários da sua candidatura dentro do PS com os soaristas na primeira linha e, por isso, a dificuldade da campanha vai ser dobrada. O apoio do PS vai condicionar o seu manifesto político no pior sentido.

Tenho muitas dúvidas que esta posição oficial do PS seja a melhor para a candidatura ser ganhadora.

SBF

“A JANGADA DE PEDRA”

Numa altura em que a defesa dos interesses de Portugal e Espanha, face a uma outra Europa (UE?), deve passar pela uma – cada vez mais – união de esforços, a luta pela empresa “Vivo” no Brasil, prejudica muito as boas relações Ibéricas.

“As dificuldades aguçam o engenho” e é isso que está a acontecer com os inúmeros encontros diplomáticos, de negócios ou simplesmente de cortesia, entre Governos de várias regiões autonómicas de Espanha e alguns municípios portugueses e o Governo português. Nestas reuniões, invariavelmente se trata de defender o desenvolvimento das regiões ibéricas (sem considerar a linha de fronteira Portugal/Espanha), junto das instituições europeias.

Já algumas vezes aqui tenho manifestado a minha pouca simpatia pelo homem José Saramago, pela maneira como intervém publicamente sobre variados assuntos, mas, gosto da sua escrita, e quase sempre tenho um livro dele na linha de leitura. Há dias, e a propósito do tema deste meu escrito, fui buscar à prateleira, “A Jangada de Pedra”. Estou a ler outra vez esta “forçada” união Ibérica de Saramago e, passados vinte e tal anos desde a primeira leitura, descobri-lhe um sabor diferente.

As condições difíceis do presente, especialmente acentuadas nos dois Países, exigem que se reforce a resistência Ibérica de modo a que os “mandantes” (a outra Europa e afins) tenham mais respeito por nós.

SBF
(Gravura: Península Ibérica - Wikipédia)

PORQUE NÃO SE CALAM?

PORQUE NÃO SE CALAM? São praticamente os mesmos, que há menos de dois meses, bradavam “aos céus” por medidas mais restritivas, fortes e ...