25 DE NOVEMBRO

Às cinco da manhã deste dia vinte e sete de Novembro de há trinta e três anos passados em tempo, aquela monstruosa “berliere” do Exército Português depositou-me em domicílio oficial, não fosse o recolher obrigatório agir em conformidade e apanhar-me desamparado numa qualquer estrada da vida, naquele final de PREC neste “jardim à beira mar plantado”.

Quando os comandos tomaram de assalto o quartel, já não havia nenhum miliciano armado. Horas antes, “requisitamos” uma grande dose de bom senso e arrecadamos todas as armas.

A noite fria de Novembro e fim de PREC, ia andando depressa quando eles chegaram de surpresa. Vinham mascarados e armados até aos dentes com lição estudada para humilhar os que cá estavam.

Muitos dos que cá estavam já dormiam e foram também obrigados a formar na parada mesmo em cuecas. Em formatura pela madrugada, os que cá estavam, ouviram nomes ofensivos e sentiram muitos empurrões.
Ofendido fiquei, não pela situação mas pelos nomes que me chamaram. Em pouco mais de uma hora, tinha um “passaporte” militar na mão e transporte garantido até casa.

Duas ou três da manhã começou a distribuição. A “berliere” roncava no final do PREC de recolher obrigatório pela marginal fora até Santa Apolónia. Aí, ia deixar alguns camaradas também expulsos que, “recolhidos”, tomariam o “pouca-terra-pouca-terra” em direcção ao norte. Noutras paragens, à volta da Capital, a “berliere” ia tomando a direcção da segunda-circular para apanhar a estrada de Sintra desde o cruzamento da Buraca. A “berliere” continuava a roncar quando passou ao lado do quartel dos “comandos” e eu, sem dar por isso, voltei-me de costas.
Desconfiado fiquei. Cheguei a considerar possível que no dia seguinte, algum PIDE ressuscitado, me fosse buscar a casa.

A história certa do 25 de Novembro de 1975, ainda, nalgum tempo, há-de ser contada.

SBF

DITADOR FRANCISCO FRANCO



Lembro-me deste dia 20 de Novembro de há 34 anos atrás, ou seja, nos últimos dias do que, a seguir ao 25 de Abril de 1974, se chamou “PREC” (Processo Revolucionário Em Curso). Estávamos assim em 1975 e eu era um militar completamente engajado no espírito do PREC.

Não me lembraria especificamente deste dia, não fosse o destaque na “Wikipédia” da morte do ditador vizinho Francisco Franco. Recordo o digerir da “boa” notícia, na sala de sargentos do quartel onde estava colocado. Eu e mais alguns camaradas, igualmente “revolucionários”, festejamos a morte do ditador vizinho, e fizemos previsões para o futuro duma Espanha tão revolucionária como nós.

Da Espanha, não veio um PREC como o nosso, mas veio uma transição para a democracia muito mais tranquila. Com a figura real de Juan Carlos a garantir a representação do Estado, e com o brilhante trabalho de Adolfo Suarez em Presidente do Governo, os nossos vizinhos souberam desenvolver uma Espanha que hoje, 34 anos depois, está entre os grandes com todo o mérito.

Cinco dias depois deste 20 de Novembro de 1975, ocorreram movimentações militares que poderiam ter acabado em guerra civil. Felizmente para todos, a guerra não aconteceu. Eu estive lá, e daqui a uns dias falarei aqui, sobre o que vivi no 25 de Novembro de 1975.

SBF

FLEXIBILIDADE



Tem passado a ideia da inflexibilidade da Ministra da Educação na implementação de reformas e, principalmente, na que está em cima da mesa, a “avaliação dos professores”.

Nos últimos dias, Ministra e Secretários de Estado, têm-se desdobrado em reuniões com todo o tipo de organizações que, duma forma ou outra, têm uma palavra a dizer neste processo.

Hoje de manhã, era a vez da FENPROF ser recebida pela Ministra. Há já alguns dias que esta organização vinha avisando que, se nos primeiros cinco minutos a Ministra não declarasse que ia suspender de imediato a “avaliação”, abandonariam a reunião e suspenderiam as negociações.(Quais negociações? A comissão paritária já era, agora só dão 5 minutos à Ministra...)

Se houvesse dúvidas, ficaríamos todos esclarecidos hoje. A FENPROF (um poço de flexibilidade ??) só quer a suspensão do processo. Com isso, a continuação do “bem estar” habitual, nada de avaliações, provavelmente a demissão da Ministra com os inerentes problemas para o governo em véspera de eleições.

Neste País, de alguns anos para cá, toda a gente é avaliada pelo “empregador” e, nas organizações privadas, não há discussão. Os objectivos são comunicados e têm de ser cumpridos sob pena do próximo contrato não ser renovado.

A PARTIR DE HOJE, “FLEXIBILIDADE” JÁ NÃO QUER DIZER A MESMA COISA!

SBF

DEZ DIAS




É verdade, dez dias desde a última postagem, é de facto muito tempo de ausência para um Blogue. Em qualquer dos casos tenho uma boa “desculpa”… isso … , mostrar bem o OBAMA aos meus visitantes. Quem melhor do que ele podia eu deixar aqui?

Bom, os dias foram passando pela minha falta de vontade, pela minha ansiedade, pela minha indisposição mental permanente. Todos temos períodos destes, uns mais, outros menos, mas toca a todos.

E vão dez dias em que muitas coisas aconteceram;

- Os professores e as avaliações (que não querem)
- Os alunos que, contagiados pelos adultos, também querem ter “catarro”
- A nacionalização do BPN e o mau (perder) humor de Cadilhe
- O G20 em Washington com a presença do “moribundo” Bush
- O Durão Barroso com esperança em mais um mandato na EU
- As pazes do Jardim (da Madeira) com a Manuela F. Leite
- Os (sacrificados…???) militares e os cortes do Governo
- O cansaço de Santana que espera da Manuela, a nomeação para candidato à CM Lisboa
- A ignorância da Ministra da Saúde no que respeita ao valor das dívidas do Ministério
- O Adriano Filipe que quer ser Vereador da CM Sintra como se lê no JR
- O Reitor da Universidade de Lisboa demitiu-se, mas vai a votos o
utra vez
- O Manuel Alegre que continua pronto a “disparar” (não fosse ele caçador) principalmente se for contra o Partido Socialista
- O convite ao Victor Constâncio para cear na Assembleia da Republica com eventual passagem pelo cacau da Ribeira
- … e por aí fora …

Com todos estes acontecimentos, como é que eu hei-de ter disposição “mental” para fazer ou dizer o que quer que seja?

SBF

BARACK OBAMA





Finalmente Obama foi eleito.

O mundo deposita grandes esperanças neste novo Presidente Americano. Em plena crise global, encaixa bem esta lufada de “ar fresco”. Só espero que a fasquia não esteja demasiado alta.

Hoje, em todo o mundo, os cidadãos estão mais confiantes com este resultado.

Eu também acredito que hoje seja o primeiro dia de uma sociedade nova.


SBF

NACIONALIZAÇÃO DO BPN

Foi preciso haver ontem uma conferência de imprensa da actual administração do BNP, para ouvir alguém dizer que a nacionalização do banco, foi uma má decisão, etc, etc.

Ainda me impressiona, como as pessoas olham só para o seu umbigo. Independentemente desta administração estar no banco desde o Verão, a instituição é a mesma e os seus problemas já há muito que eram conhecidos, ou pelo menos alguns. A entidade reguladora e fiscalizadora actuou quando teve dados para o fazer.

É verdade que noutra conjuntura e sem o peso da crise financeira global, os actuais responsáveis do BPN talvez pudessem ter conseguido dar a volta doutra maneira, mas não foi o caso, e, por isso, estas pessoas deviam medir bem as palavras e ter alguma “vergonha” na cara.

PORQUE NÃO SE CALAM?

PORQUE NÃO SE CALAM? São praticamente os mesmos, que há menos de dois meses, bradavam “aos céus” por medidas mais restritivas, fortes e ...